Filme simples, com falas diretas, sem desperdícios, e silêncios profundos. Não se necessita de muita gradiloqüência para tratar de valores como honra e orgulho. Assim me vem à tela Rocky 6, exprimindo um tipo de sensibilidade rasteira e próxima às ruas - necessária para se percebercomo são sábios cães e mendigos, ou o quanto é melancólica a vida de boxeadores aposentados.
Rocky 6 retoma Rocky 1, fechando a saga de forma mais nobre e classuda. Busca-se o mesmo universo das ruas frias de Filadélfia de mais de 20 anos atrás, com seus personagens inocentes, desconfiados, e naturalmente, deslocados da rotina da cidade atual e tentando se apegar a resquícios de suas vidas.
Balboa do primeiro filme também é resgatado, mas o tom singelo e dasafiador dá lugar à sobriedade de um cara que tenta seguir em frente, mesmo atormentado pelas lembranças da mulher morta, ou pela angústia de passar o resto de sua vida contando sempre as mesmas e velhas histórias para os fregueses de seu restaurante Adrielle's. As paredes cobertas de fotos e medalhões em vez de conforto lhe dão a certeza de que ainda há demônios presos no porão.
Não se trata de um personagem mais sábio - nunca foi, e seria ridículo colocá-lo nessa posição - mas sim de um cara mais calejado, tentando buscar fagulhas e se sentir ainda vivo ao subir no ringue. Balboa posta-se no limite do risco em ser tratado com pena ou comprometer a própria vida. É esta postura frente ao fio da navalha que traz a principal mensagem do filme: de como a vida não é nada mais do que a arte de saber apanhar - não importa o quanto você consegue bater e sim oquanto você consegue apanhar e ainda seguir em frente. Lição dada em seu filho já adolescente, arrogante e temeroso de seu vexame.
Muitos gracejam sobre como as lutas são alegóricas e irreais. Mas é claro que são porra! No filme atual, o próprio aparecimento repentino de Mike Tyson contribui para elevar o nonsense do espetáculo. Compreendo, já que a maioria desses também não se deixam levar por nada, por fábula nenhuma. Nunca comprarão uma boa briga.
Rocky 6 retoma Rocky 1, fechando a saga de forma mais nobre e classuda. Busca-se o mesmo universo das ruas frias de Filadélfia de mais de 20 anos atrás, com seus personagens inocentes, desconfiados, e naturalmente, deslocados da rotina da cidade atual e tentando se apegar a resquícios de suas vidas.
Balboa do primeiro filme também é resgatado, mas o tom singelo e dasafiador dá lugar à sobriedade de um cara que tenta seguir em frente, mesmo atormentado pelas lembranças da mulher morta, ou pela angústia de passar o resto de sua vida contando sempre as mesmas e velhas histórias para os fregueses de seu restaurante Adrielle's. As paredes cobertas de fotos e medalhões em vez de conforto lhe dão a certeza de que ainda há demônios presos no porão.
Não se trata de um personagem mais sábio - nunca foi, e seria ridículo colocá-lo nessa posição - mas sim de um cara mais calejado, tentando buscar fagulhas e se sentir ainda vivo ao subir no ringue. Balboa posta-se no limite do risco em ser tratado com pena ou comprometer a própria vida. É esta postura frente ao fio da navalha que traz a principal mensagem do filme: de como a vida não é nada mais do que a arte de saber apanhar - não importa o quanto você consegue bater e sim oquanto você consegue apanhar e ainda seguir em frente. Lição dada em seu filho já adolescente, arrogante e temeroso de seu vexame.
Muitos gracejam sobre como as lutas são alegóricas e irreais. Mas é claro que são porra! No filme atual, o próprio aparecimento repentino de Mike Tyson contribui para elevar o nonsense do espetáculo. Compreendo, já que a maioria desses também não se deixam levar por nada, por fábula nenhuma. Nunca comprarão uma boa briga.
João Gabriel de Freitas
1 comment:
Pô, João, qual filme de boxeador que não mostra o quanto é melancôlica a vida desses infelizes? hehehe. Mas, pode crer, o lance é saber apanhar.
Post a Comment