Saturday, April 29, 2006

Quadros do absurdo

um olho ab(surdo)

E como se a vida se mostrasse em janelas. É como se estas pudessem substituir meus olhos. E mais! É como se toda uma trajetória linear, em seu transcorrer no tempo, pudesse ser narrada sem palavras, sem seqüências, mas em uma só imagem. Digo isso por ver em uma das janelas ou em um de meus olhos, a infância, ainda menina, sozinha em sua curiosidade, mas já se esforçando para conhecer o futuro. Com meu outro olho, ou talvez outra janela, vejo longe, nos confins da idade, a madureza, agora já acompanhada em sua aventura. A curiosidade de ver um navio ficou para trás e o que resta agora são boas lembranças e nostalgias dos cruzeiros que as levaram, infância e madureza, a se tornarem a mesma pessoa.

Wertem Nunes Faleiro

1 comment:

Pedro Palazzo Luccas said...

Diria, meu amigo, que poderias ficar estrábico. Mas conhecendo-o, vejo como ter o olhar fixo em uma direção, mesmo tendo um olho infante e outro idoso. Me parece que ao fundo há o barulho do mar -- seria uma concha?