Tuesday, March 21, 2006

Aquele Dia



Acordo de manhã e só consigo pensar, que “ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela já me faz chorar”. Há tempos que aquele momento não incomodava os meus pensamentos e quando o faz lágrimas cortam meu rosto como navalhas.

Lembro-me que ontem toquei em sua pele. Suave e macia encostava as pontas dos meus dedos em suas costas e te acariciava até sentir o suspiro do seu corpo. Tentava sentir ao máximo sua respiração, para que assim, pudéssemos naquele momento nos tornar um, aquela forma de vida que nada mais precisa, somente amor e harmonia.

A existências de sentimentos tão fortes me embriagaram. Por que deveria acreditar, que assim como a vida, aquele momento teria um fim?! Sua voz e seus suspiros me faziam viajar por além dos oceanos e continentes que já outrora existiram em nosso planeta. E o engraçado era que, o contato físico não era necessário para sentir prazer, bastava admirar você, parada, com a luz do sol descobrindo seu corpo como eu fiz pela primeira vez.

Num piscar de olhos estava você me abraçando e sorrindo. Interessante como agora os momentos bons passam em frações de memórias. Memórias sempre boas, sempre, sempre... e... aquele gosto de água salgada invade os meus lábios e assim vi você, se desmoronar na minha frente, se misturar na areia como a fumaça no ar.

Sei que nunca fui perfeito, e para falar a verdade, nunca quis ser. A minha pretensão era ter você, pra sempre, perto de mim. A minha fonte da vida, o meu poço do amor. Até agora eu penso se foi por isso que você foi embora?! Não gostava de ser boneca? Ou não queria ser meu poço? Como eu faço agora, como vivo sem você?!

Tudo está escuro, não tenho tato, não tenho fome e não tenho sede. A única coisa que eu pensava agora era tentar viver sem você, e assim, bem devagar fui abrindo os meus olhos. Talvez amanhã eu pense em você novamente e assim me embriagarei e deslizarei por suas curvas que um dia já foram para mim um caminho bastante conhecido e que agora eu só tenho em meus sonhos.

Renato Cirino Machado Alves Pereira

3 comments:

Pedro Palazzo Luccas said...

Que amor!

Andrea said...

Vc escreve de uma maneira tão... macia!!!

Anonymous said...

macia como a luz do sol!