Friday, March 17, 2006

Azarento

Alceu acordara na beira de uma calma rodovia estadual. Não sabia porque ou o que estava fazendo ali. Apenas sentia um forte gosto de álcool na boca e sua cabeça que latejava como coração. Suas roupas, sujas e rasgadas. Logo lhe ocorrera que havia sido seqüestrado, apalpou o bolso e ali estava sua magra carteira. Não conseguia se lembrar de nada que poderia ter ocorrido. Sabia bem quem era, estava claro que seu caso não era de amnésia. E sim de bebedeira. Não era de beber muito, mas quando o fazia não se lembrava de nada que lhe ocorria.

Ele se levantou e tentou se localizar, não havia placas por perto, ao consultar as horas percebe que seu relógio não estava ali, convencera-se de que tinha sido assaltado. Com as informações que obteve ao relacionar os fatos que sabia até então, pensava ter saído do emprego, provavelmente devia ter ido com os amigos a um bar qualquer. Daí viria esse gosto de álcool na boca, depois disso se dispersou deles e foi assaltado, acordando ali no meio do nada. Concluiu que não poderia estar longe da cidade. Era dia, o sol estava a pino e o calor era insuportável. Decidira caminhar no acostamento à espera de alguma carona.

Sentia algumas dores abdominais, mas imaginava ser efeito da bebida em seu fígado. Ao tirar a camisa constata que não era apenas isso. Depara-se com uma tatuagem. Um símbolo estranho, algo parecido com um hieróglifo. Fica atordoado, pensando no que teria lhe acontecido. Sua teoria de assalto caira por água abaixo. Nesse momento ele vê ao longe um automóvel se aproximar, sua cabeça esta a ponto de explodir. Desesperado ele corre para o meio da estrada e acena para que o automóvel pare. No seu estado nem nota que o caminhão se aproxima em alta velocidade e sem a intenção de parar. O motorista do mesmo estava sob efeito de rebite e alguns tapinhas de pó, e ainda tinha o reflexo do sol a sua frente.Alceu foi jogado pra fora da estrada, o motorista pensa ter atropelado algum tatu ou coisa parecida. Era o fim de um homem que sabia pouco sobre seu passado e nada sobre seu destino.

Pedro Palazzo Luccas

2 comments:

contra said...

acho que o ``nosso`` Alceu foi mais uma vitima (teclado sem acentos eh uma miseria) da misteriosa mafia iraniana que dopa os mais incautos (e incultos) em busca de algum figado saudavel - isso que dah nao beber muito!

Andrea said...

Durante a leitura eu pensei que tinham roubado um rim dele!!! Hahahaha!!!